quinta-feira, janeiro 24

Memórias

Estava a ver o blog da minha mana (já escrevias algo novo, não?) quando me pus a pensar no seu ombro deslocado. E depois lembrei-me de uma vez que ela se distraiu, bateu com a vista em qualquer coisa e ficou com um derrame enorme. E ainda da outra vez que estava com frio e pôs as mãos nos bolsos com tanta força que fez uma nódoa negra a virar para o hematoma. Tenho saudades destas aventuras dela...
A minha mãe, por seu lado, era especialista em arrastar sozinha movéis e pedras decorativas pesadíssimos porque achava que "ficavam melhor na outra parede", para a seguir pintar a casa sem tapar nada, deixando tudo pintalgado de tinta. E depois passava uma semana dorida e coberta de nódoas negras, ao ponto de parecer sofrer de maus tratos... Mas mau, mau, era se nessa semana ela via um móvel, madeira, pedra, pedacinho de palmeira, espelho, candeeiro, etc. que quisesse levar para casa e restaurar/usar para decoração. Aí atingíamos o climax: era vê-la despenteda com roupa de bricolage, decorada de nódoas negras e salpicos de tinta, à beira de lixo alheio enquanto as filhas fingiam não a conhecer, afastando-se sorrateiramente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bolas... Memórias dolorosas e cansativas :p

Conhecendo a tua mãe, dá perfeitamente para visualizar tudo o que escreveste :) Acho piada vê-la mexer-se pr'aqui e pr'ali sempre a fazer coisas! Quem me dera a mim ter a mma genica :p

Anónimo disse...

A minha mãe não trazia coisas para casa, mas era uma mulher que virava a casa do avesso... A idade já começa a pesar, mas cada vez que olho para trás faz-me gostar ainda mais dela.
Mãe é mãe, e a minha é muito grande para mim.