Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe.
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me de piedosas intenções !
Ninguém me peça definições !
Ninguém me diga : "vem por aqui "!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
E uma onda que se alevantou.
E um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
[José Régio ,Poemas de Deus e do Diabo, p.124]
segunda-feira, março 27
Gritos
publicado por Mistinguette à 2:57 da tarde
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4 comentários:
deixa-me so chibar a mae o que publicaste, ela vai te segurar bem de perto as redias!!
lololol
(a mana)
adorei o teu poema, e sinto o que publicaste, e conhecendo como te conheço,percebi cada palavrinha qu esta ai...
Gosto muito.
Sempre me identifiquei muito com esse poema.
Parva! lol o poema não é para ser levando à letra :P e não é meu mas sim do Zézinho... Gosto da força destas palavras. Acho que ando a passar por uma fase "tic-tac-tic-tac-bum!"
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