Tinhas a pele arrepiada pelo sentimento. Os olhos rasos de contentamento. A vida trazias nas mãos abertas. E o fruto do nosso encontro era uma alma cheia de presente, sem medo do futuro e sem necessidade de olhar o passado.
Querias-me assim como eu te queria. Eternamente. Que era o mesmo que dizer, enquanto durasse. O nosso eterno era o momento, pleno, e não havia promessas feitas ao entardecer. O que dávamos estava em todos os gestos, em todos os olhares, no encontrar dos corpos. Nada de planos para o futuro, nada de palavras vãs para encher o vazio. Não existia o vazio.
Mas quando olhávamos para nós sentimo-nos cheios de mais. A sonhar o que não podíamos ter uma vida inteira. Não acreditávamos que a vida se desse assim, como uma fruta fresca em pleno verão.Estranho o destino humano. Tudo o que é bom demais faz-nos afastar, evitar. Nem sequer tocamos com o medo de estragar. Para que nada mude, não chegamos a viver tudo o que se oferece aos nossos olhos. E partimos antes mesmo de chegar.
Ana Teresa Silva
terça-feira, julho 12
O eterno agora
publicado por Mistinguette à 1:59 da tarde
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5 comentários:
triste.... n se viver tudo o que a vida nos oferece... para quê a vida senão para aproveitar todos os pequenos nadas k nos são oferecidos, sem medo e com coragem de sermos felizes?
O texto fala sobre o presente, a vivência do agora na sua plenitude... sobre o medo do que está para lá (cronologicamente falando). triste, sim... mas nem por isso deixa de ser belo :)
Gosto especialmente da parte final... :)
Estranho como as coisas podem ser boas ou más sem mesmo acontecerem não é? Idealiza-se algo, e por receio, medo... Ou não se tenta, ou se "foge" :s (ou serei só eu?...)
SR
não, não és só tu... ;)
Senão se arrisca n se vive.... perde-se + em n tentar d k em arriscar e perder...plo menos tentou-se....viveu-se...lutou-se por nós proprios, pla nossa felicidade. N se estagnou e viu-se a vida a passar...
RC
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