Ontem vi o "Prós e Contras", que debateu o referendo sobre a despenalização do aborto. Tenho pena que a discussão se tenha prolongado até tão tarde, em parte porque o público teimava ora em bater palmas ora em vaiar os interlocutores... Sinto-me mais esclarecida e pretendo não repetir o mau exemplo que dei no último referendo. Não votei... Enquanto cidadã e mulher, sinto-me culpada.
Sou a favor da despenalização, embora não concorde com algumas das mudanças que esta lei pretende implementar, nomeadamente as elevadas verbas que vamos gastar (não tenho números concretos, foi uma idéia com que fiquei ontem). Aborto despenalizado sim e com ajudas do Estado, mas só nos casos de pobreza extrema... Existem outras prioridades (doentes crónicos, em fase terminal, etc); há que ter em conta que o Serviço Nacional de Saúde não é propriamente a nona maravilha do mundo e por isso existem lacunas graves que necessitam de injecção de capital. E deveria haver um nº limite de abortos. Acho mesmo que se poderia laquear as trompas a mulheres que interrompem uma gravidez mais de "x" vezes, para proteger a integridade física das mesmas.. posso parecer bárbara, mas não vejo solução mais eficaz.
Sou a favor da despenalização, embora não concorde com algumas das mudanças que esta lei pretende implementar, nomeadamente as elevadas verbas que vamos gastar (não tenho números concretos, foi uma idéia com que fiquei ontem). Aborto despenalizado sim e com ajudas do Estado, mas só nos casos de pobreza extrema... Existem outras prioridades (doentes crónicos, em fase terminal, etc); há que ter em conta que o Serviço Nacional de Saúde não é propriamente a nona maravilha do mundo e por isso existem lacunas graves que necessitam de injecção de capital. E deveria haver um nº limite de abortos. Acho mesmo que se poderia laquear as trompas a mulheres que interrompem uma gravidez mais de "x" vezes, para proteger a integridade física das mesmas.. posso parecer bárbara, mas não vejo solução mais eficaz.
Não concordo que despenalizar o aborto o banalize. Pelo contrário, acho que o número de abortos ilegais ou realizados no estrangeiro nos levam a mudar a lei. Quer queiramos, quer não, continuarão a existir abortos e manter a lei que está em vigor seria mera hipocrisia. Seria fechar os olhos a milhares de ocorrências, desde que tenham lugar em estabelecimentos clandestinos ou estrangeiros.
Em relação ao direito à vida, pouco tenho a dizer. Para mim, a vida humana começa no momento da concepção, mais bracinho, menos bracinho. Não é isso que está em causa, caso contrário também teriamos de pôr em causa os abortos efectuados legalmente neste pais em caso de violação ou má formação do feto. Está em causa sim, uma realidade à qual temos de fazer face. O nº de abortos diminuirá no dia em que este país tiver planeamento familiar e educação sexual. Enquanto o primeiro ponto tem dado alguns passos, o segundo permanece tabu. Escandaloso não é falar de sexo numa escola, mas sim praticar sexo "inseguro" e engravidar por falta de conhecimento ou consciência.
Precisamos de formar consciências num estado laico.