sexta-feira, março 24

(A)normalidade

Corropio de pessoas que andam mas não avançam; multidão de gente pequena, reduzida ao tamanho do seu próprio umbigo. Só vêem e sentem aquilo que é aceitável aos olhos de terceiros. Falam do que julgam agradar-te porque não te conhecem.

Fosses tu o espelho da normalidade (mero somatório do banal e consensual) e todos te felicitariam, agradados, satisfeitos, emocionados até. Compreender-te-iam, pois a tua felicidade é igual à deles. Mas porque és humano – condição que te condena ao livre arbítrio – vês, pensas e sentes o que a multidão não consegue encaixar no umbigo.

Viver num mundo reduzido ao tamanho de um berlinde não os incomoda; gostam de cirandar pelos meandros da normalidade que tão bem conhecem porque não os obriga a evoluir.

Fosse eu o espelho do que esperam de mim... e esta sensação de sufoco desapareceria. Deixaria de comprimir o quotidiano numa redoma para me proteger. Falaria livremente e poria de parte o verosímel. A contragosto, admito precisar de terceiros e permaneço na expectativa de quem teme o sabor amargo da rejeição.

6 comentários:

  1. xana, ninguem pos comentarios,acho que assustaste um cadito o pessoal :/...
    Mas porquê precisas dessa constante busca da aprovaçao/ admiraçao de outrem? ja reparei nisso.

    PS: tou bebada

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  2. O que a falta de xanax faz às pessoas!

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  3. Por vezes, revejo-me em ti.
    É por estas e por outras, que passei a gostar tanto de ti.

    ;) *

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  4. Mana, não é aprovação ou admiraçao... Sinto-me por vezes um peixe fora de água. Começo a ficar farta de máscaras.

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